O INE confirmou a taxa de inflação de agosto nos 3,7%, tal como havia estimado no final do mês passado, pondo fim a nove descidas consecutivas. Os preços dos combustíveis foram o principal fator de aceleração. Variação média dos últimos 12 meses, referência para os aumentos das rendas de 2024, foi de 6,94%.
A taxa de inflação de agosto em Portugal foi de 3,7%, mais 0,6 pontos percentuais face à de julho, confirmou esta terça-feira, 12 de setembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE), ficando em linha com a estimativa apresentada a 31 de agosto. A subida dos preços dos combustíveis em agosto foi o principal fator de subida da taxa.
A taxa de inflação subjacente – indicador que exclui os produtos energéticos e bens alimentares não-processados por serem de preço mais volátil – abrandou para os 4,5% em agosto, face a 4,7% em julho.
Os produtos energéticos continuaram a trajetória de deflação face aos preços de há um ano, mas a um ritmo menor. A variação do índice de preços no consumidor desta categoria de produtos foi de -6,5%, quando em julho fora de -14,9%.
Já no que toca aos bens alimentares, o ritmo de subida dos preços abrandou: em julho, a taxa de inflação foi de 6,8%, e em agosto diminuiu para 6,4%.
No que respeita ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), índice que permite comparações entre Estados-membros da União Europeia, a variação foi de 5,3%, um “salto” de um ponto percentual face a julho e em linha com a taxa de inflação harmonizada da zona euro calculada pelo Eurostat para agosto. O IHPC subjacente também acelerou para os 6,4% em relação aos 6,2% de julho.
Rendas podem subir quase 7% em 2024
O destaque do INE fixou ainda a variação média dos últimos 12 meses sem a componente da habitação nos 6,94% em agosto, sendo este o valor de referência para a atualização de rendas em 2024. Isto é, os inquilinos poderão ver a sua renda aumentar nesta medida se o Governo não limitar as subidas como fez este ano.
No ano passado, perante o aumento do custo de vida e confrontado com uma grave crise habitacional, o Executivo decidiu colocar um “travão” ao aumento das rendas de 2023 nos 2%, evitando a atualização prevista de 5,43%. A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, remeteu qualquer decisão referente às rendas de 2024 para depois da divulgação dos dados definitivos do INE.
Em agosto, as rendas de habitação continuaram a subir em relação ao mês homólogo, com uma variação de 4,8%. A inflação das rendas acelerou ligeiramente face a julho, mês em que o aumento fora de 4,7%. Segundo o INE, nenhuma região escapou às subidas em agosto. A Madeira foi a região do País com o maior aumento homólogo em agosto, de 5,2%.
Em comparação com julho, as rendas em agosto cresceram 0,4%. O mesmo registo em cadeia verificou-se nas regiões Norte, Centro, Lisboa e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, todas com um aumento mensal de 0,4%. Nenhuma região viu as rendas cair de julho para agosto.
Fonte: expresso.pt